Repasses da Sesau a hospital do interior é o triplo do valor pago para unidades da capital

Em meio à crise dos hospitais em Alagoas, o Blog Kléverson Levy recebeu algumas informações detalhadas sobre os repasses (origem de pagamentos) feitos pelo Fundo Estadual de Saúde (FES) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de Alagoas desde o início de 2023.

Os dados apontam uma situação bem interessante: o Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe, é o que mais realiza os serviços de saúde solicitados pela Sesau. Além disso, é a unidade hospitalar que mais recebeu recursos, de janeiro até abril deste ano, oriundos do Fundo Estadual de Saúde (FES).

As informações não mentem quando são extraídas do próprio Portal da Transparência. Isso porque ao longo dos quatro meses deste ano foram mais de R$ 24 milhões (exatos R$ 24.003.096,17) pagos ao Hospital de Coruripe. Já para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió o valor foi em torno de R$ 11 milhões (exatos R$ 11.506.731,00) do FES.

Em terceiro lugar, o Hospital Veredas ficou abaixo da Santa Casa e Carvalho Beltrão com cerca de R$ 5,5 milhões (exatos 5.460.709,49). Por último, o Hospital Sanatório foi o menos favorecido diante dessa disparidade de recursos enviados pelo Fundo Estadual de Saúde: R$ 4.579.383,90.

Interessante é que o Carvalho Beltrão – considerado privado – tem sido o único no estado que recebe todas regulações de UPAs, cirurgias e os municípios conveniados por conta que os outros hospitais suspenderam regulação (acesso do usuário aos serviços do SUS) já que estão sem abastecimento de medicação, salários atrasados e honorários médicos em atraso.

Isso porque a LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, diz em seu Art. 24. que:

-“Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada”.

Todavia, a informação vai mais além quando os hospitais da capital – ainda – estão com produções do ano de 2022 sem receber, inclusive, de maratonas de cirurgias que foram realizadas durante o pleito do ano passado.

Em Tempo: o Blog Kléverson Levy entrou em contato com a assessoria da Sesau para saber qual a justificativa para esses repasses feitos pelo Fundo Estadual de Saúde (FES), ao hospital do interior, ser triplicado quando comparado aos hospitais da capital. No entanto, até a publicação desta matéria, cumprindo o deadline, não houve um retorno da Sesau. O espaço fica aberto! 

É isto!

E viva a política dos políticos em Alagoas!

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