Foto: Vinícius Firmino/Ascom ALE
Na semana passada, o prefeito de Cajueiro, Palmery Neto (MDB), ganhou destaque na mídia alagoana ao apresentar o “kit milagroso” – chamado ainda de “água sagrada” – para combater o Coronavírus no município.
A repercussão foi grande por conta que o gestor – em vídeo que circulou pelas redes sociais – disse que já tinha na cidade o “kit salvador” contra à Covid-19 composto de cloroquina, azitromicina e Annita.
De acordo com publicação da Prefeitura de Cajueiro, o tratamento será acompanhado por um médico do município que seguirá todos os critérios do protocolo para combater à COVID-19.
Inclusive, ontem, 25, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da Promotoria de Justiça de Cajueiro, expediu ofício requisitório e recomendou ao prefeito cajueirense, ao secretário municipal de Saúde e profissionais da área que apresentem, no prazo de 48 horas, cópia do protocolo utilizado pelo Município no combate à Covid-19 e sobre a distribuição de kits de medicamentos (Azitromicina, Cloroquina e Anita) anunciados pelo chefe do Poder Executivo nas redes sociais.
Em conversa com o Blog Kléverson Levy, o deputado estadual Bruno Toledo (Pros) tratou o assunto como sendo “demagogia”, principalmente, no momento em que o mundo enfrenta uma crise de saúde pública. Como representante da região do Vale do Paraíba e da cidade de Cajueiro, Toledo disse que a população do município merece respeito.
“Mais triste ainda é ver o uso demagógico em um momento tão delicado como o que estamos vivendo. Até “kit milagroso” ele diz distribuir? Gestão séria toma atitudes sensatas. O povo de Cajueiro merece respeito! Demagogia em um momento como esse é demais”, ponderou o parlamentar.
Ao falar sobre saúde, o deputado denunciou que a gestão atual de Cajueiro fechou o único hospital que existia na cidade e os moradores sofrem – ainda mais – neste período de Pandemia sem assistência por parte da Prefeitura.
“Fechou [o prefeito Palmery Neto] o único hospital da cidade há três anos, logo que iniciou o mandato na Prefeitura de Cajueiro. Muitos sofreram nesse período [2017 para cá], mas, no momento de Pandemia como estamos vivendo, a angústia é ainda maior da sociedade que, sequer, tem um local de referência em saúde caso necessite. Ou seja, desastre total! População completamente desassistida por uma administração sem comando”, ressaltou.
Por fim, o parlamentar também chamou atenção para o que ele tratou de “omissão” do Ministério Público Estadual em Alagoas. Para Toledo, o MPE não dá atenção às denúncias que já foram protocoladas no órgão e reforçou que alguns vereadores tentam trabalhar nesse sentido.
“Alguns vereadores até tentam realizar os seus trabalhos, denunciando desmandos, desvios e crimes praticados pela administração municipal. Infelizmente, percebo uma omissão do Ministério Público local diante de várias evidências existentes”, finalizou Bruno Toledo.
Em Tempo: O Ministério Público acha indispensável que o prefeito e o secretário prestem informações claras e explícitas à população acerca dos cuidados e contraindicações do uso dos medicamentos anunciados, inclusive, no que diz respeito ao uso off label da cloroquina (Lei nº 6.360/1976 e a lei nº 8.080/1990), em razão da ausência de alteração do registro da cloroquina/hidroxicloroquina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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