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Caio Hanry Abreu: O que fará o poder público com as torcidas organizadas?

Um torcedor do CSA foi espancado até a morte por um grupo de ‘torcedores rivais’, no dia 07 de maio deste ano. Pedro Lúcio dos Santos, de 47 anos, era pai de um goleiro de 17 anos que integrava as categorias de base do CRB, e o apoiava incondicionalmente.

Segundo relatos da filha, quatro carros e duas motos pararam e os assassinos iniciaram uma verdadeira caça a Pedro, com facas e barras de ferro nas mãos. Foi mais uma vida ceifada na guerra das torcidas organizadas que parece não ter limites.

Não são casos isolados. A violência das torcidas organizadas toma conta das ruas em Maceió, principalmente pela mansidão das autoridades e a não punição aos clubes. É importante recordar que, em 2016, o povo alagoano assistiu à cena mais crítica de violência nos estádios, repercutindo em rede nacional. Torcedores isolados foram espancados no campo por dezenas de rivais, uma privada foi retirada do toalete e foi arremessada para baixo, caindo em outro torcedor e culminando em sua morte. Nas palavras de Sikera Jr., ex-apresentador do ‘Plantão Alagoas’, uma covardia organizada.

Muitos cidadãos alagoanos que são torcedores das duas equipes têm medo de frequentar o estádio e seus arredores em razão da violência promovida pelas organizadas. Em dia de jogo, cidadãos que em nada tem a ver com o que deveria ser um espetáculo do futebol, ficam receosos em utilizar os coletivos que têm como destino final o bairro do Trapiche, por exemplo.

Há quem diga que parte das torcidas organizadas são delinquentes associados ao crime organizado — chamados de faccionados por serem ligados às facções criminosas.

A atuação da equipe do delegado que conduziu o caso de Pedro Lúcio foi impecável, no entanto, é preciso prevenir para que não seja preciso remediar, pois a vida de Pedro não voltará. A pergunta que o leitor deve fazer ao poder público, em especial ao Ministério Público e ao governador Paulo Dantas: até quando as torcidas irão fazer a festa com a impunidade?

Por Caio Hanry Abreu – Acadêmico de Direito (Colaborador)

Este texto reflete a opinião do autor.  

Kleverson Levy

Especialista na cobertura política em AL

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