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Caio Hanry Abreu: o fundo eleitoral dos honestos (e dos criminosos)

A partir do momento em que a lava-jato teve o aval do legislativo e do judiciário para criminalizar o famoso “caixa 2” — termo vulgar para o financiamento privado de campanha —, o fundo eleitoral foi regulamentado.

Fundo eleitoral nada mais é do que tributos do povo nas mãos dos partidos políticos. Abolindo o caixa 2 com a narrativa da “troca de favores” entre políticos financiados e empresas, só há três maneiras de bancar uma eleição: fundo eleitoral, recursos próprios e o crime organizado.

É um absurdo falar que o crime organizado — entenda-se por facções criminosas — financia eleições? Políticos silenciam e fingem que o problema não existe, mas os casos estouram em todo país. Há quem diga que o PCC criou um banco de R$8 bilhões, quase o dobro do valor do orçamento previsto para 2024 que foi destinado para os partidos.

Quando um candidato aceita receber o fundo eleitoral não é para haver desconfiança, pois é o único meio legal e justo, no momento, para o financiamento honesto de campanha. Desconfie, sim, do candidato que não aceitou o fundo eleitoral. De onde sai o financiamento de campanha?

O TRE deve responder ao leitor, após realizadas as devidas prestações de contas de cada candidato, e a justiça eleitoral costuma ser rigorosa.

Alguns candidatos no país recusaram o fundo eleitoral. Na capital alagoana, por exemplo, o candidato a vereador Caio Bebeto (PL) recusou a verba e demonstra, nas redes sociais, que sua campanha é feita por familiares e amigos.

Nessa sexta-feira, a Polícia Federal apreendeu R$500 mil em dinheiro vivo no bairro da Ponta Verde. Seria esse dinheiro do fundo eleitoral legitimado em lei orçamentária ou das organizações criminosas que financiam a política?

Por Caio Hanry Abreu – Acadêmico de Direito (Colaborador)

Este texto reflete a opinião do autor.  

Kleverson Levy

Especialista na cobertura política em AL

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