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Caio Hanry Abreu: O fogo amigo que não é tão amigo assim

A política, na sua essência, é um instrumento argumentativo que todos os cidadãos utilizam no dia a dia. É uma tática de convencimento utilizada para atingir objetivos pessoais ou coletivos em nome de quem a usa — e este instrumento pode ser utilizado de várias maneiras. Costuma-se afirmar, entre os cidadãos comuns, que a política é nojenta, asquerosa e vil — e pode até ser verdade em alguns casos, como este.

Foi veiculado neste Blog Kléverson Levy, que o ex-prefeito de Penedo, Marcius Beltrão, filiou-se ao PDT do vice-governador Ronaldo Lessa para disputar a prefeitura da cidade do extremo sul de Alagoas.

Marcius Beltrão, conforme a matéria, filiou-se ao PSB há menos de um ano, partido este que é comandado pela filha do então Governador Paulo Dantas. Recentemente, trocou o PSB pelo PDT de Ronaldo Lessa, que construiu e segue construindo várias candidaturas no estado. E qual seria a razão da ‘dança das cadeiras’? Vos respondo: O atual prefeito, Ronaldo Lopes (MDB), tentará a reeleição com o apoio dos palacianos.

E outra pergunta surge: Lessa é vice-governador do Palácio, logo, é um palaciano? Não necessariamente. Por palacianos, podemos entender os fiéis escudeiros às famílias Calheiros e Dantas — e vale lembrar que o vice-governador anunciou disputar a eleição pelo cargo de Governador, em 2026, este ano. Pessoas próximas ao entorno pedetista afirmam que as eleições municipais deste ano será decisiva para construir essa candidatura.

Também foi veiculada uma matéria, neste Blog Kléverson Levy, que Ronaldo Lessa é o ‘coringa’ da política alagoana: Ronaldo Lessa senta na mesa onde os palacianos não sentam — e por mesa, podemos entender como o diálogo amigável com Arthur Lira e sua turma. O vice-governador pode estar se preparando para assumir um grupo próprio, que tenha poder de decisão.

Ora, mas os três partidos não são aliados? Na cabeça de quem supõe que a política é construída através de raciocínios lógicos, sim. Então, qual seria o motivo do suposto ‘racha’ entre Marcius e os palacianos, com o aval de Lessa? Também vos respondo: interesses pessoais e familiares, os quais somente os personagens deste entrave político podem responder — e quem os acompanha de perto!

Nesse raciocínio complexo, o que entendemos é: o fogo amigo entre Marcius Beltrão (PDT) e Ronaldo Lopes (MDB) podem gerar duas máximas: 1. que vença o melhor, ou 2. meu padrinho tem mais poder. Nessa situação, o único a perder, como sempre, é o povo penedense, que irão escolher entre seis e meia dúzia, ao fim das contas — por se tratar de, apenas e somente, uma disputa interna por poder.


Por Caio Hanry Abreu – Acadêmico de Direito (Colaborador)

Este texto reflete a opinião do autor.  

Kleverson Levy

Especialista na cobertura política em AL

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