Uma parcela da população — em números, considerável — ainda acredita que as eleições de 2022 foram fraudadas devido ao uso da urna eletrônica, esta usada desde 1996. Além disso, há o cego e puro ódio ao atual presidente da República, situação esta que impede o cidadão de formar um senso crítico real.
A incompreensão da política, das notícias, do certo e do errado, do verdadeiro e do falso, da moralidade e da imoralidade é somente um reflexo do baixo nível educacional do país, mas uma consequência importante para as eleições — e a incompreensão do que aconteceu nas eleições de 2022, e a insistência do Presidente da República em não dialogar e jogar o problema para debaixo do tapete.
O centrão, palavra bastante utilizada para descrever políticos e partidos que não visam nada além de seus próprios interesses, também está presente nessas eleições. No entanto, como é um conjunto de pessoas desunidas, desarticuladas e desvinculadas entre si, estão misturadas em vários partidos e tentam alcançar o mesmo objetivo: garantir o êxito na candidatura; não importando os meios e as consequências.
O resultado dessas ações, de parte do sistema corrompido e da falta de diálogo entre o executivo nacional e a população é tão somente a explosão de candidatos utilizando a imagem de Lula e Bolsonaro para angariar votos como bônus e ter a rejeição como ônus. Além destes, há os que embarcam na aventura familiar, família esta que já possui referências na política local e nacional. Na política alagoana, alguns exemplos são os candidatos a vereador na capital: Leonardo Dias (PL), Caio Bebeto (PL), Silvio Camelo Filho (PV) e Fernando Lyra Collor (PSB).
A falta de propostas para a melhoria da capital, o conteúdo raso e a ganância por poder são alguns requisitos para entrar na Casa Legislativa da capital, ao que parece. Parte da população em nada está preocupada com o que o candidato tem a oferecer para merecer o seu voto, e sim tão somente com o “chocolate”.
A falta de substantivos e locuções substantivas como passagens, plano diretor, sinalizações e investimentos nos slogans de campanha e nos discursos são facilmente substituídas por Lula, Bolsonaro, JHC, Calheiros ou Lira — e é um caminho muito perigoso para uma capital nordestina com o potencial de crescimento fora da curva.
Maceió está crescendo, e não é em razão de JHC, Calheiros, Lula e Bolsonaro, mas sim do povo maceioense e das indústrias e do comércio que estão crescendo no Estado.
Passou da hora dos políticos transformarem a rinha de galo em um debate sério, com propostas democráticas e que visem a melhoria do cotidiano do povo, nem mais, nem menos. Chega de disputas ideológicas baratas e das referências políticas nacionais! Lutem por uma política que exaura a literalidade do significado da palavra.
Por Caio Hanry Abreu – Acadêmico de Direito (Colaborador)
Este texto reflete a opinião do autor.
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