
Foto: Reprodução/Tribuna Hoje
É notório que as facções criminosas se instalaram no Estado de Alagoas nos últimos anos, conforme já explicitado neste Blog Kléverson Levy e nos demais periódicos — e é ainda mais notório o fato da Secretaria de Segurança Pública estar inócua à criminalidade.
A guerra entre facções e a violência chegaram a Maceió, uma das poucas capitais que não tinham uma presença dominante e violenta dos grupos criminosos, e que possuem armamentos nitidamente pesados. Após a morte do líder de um grupo criminoso, os bandidos incendiaram um ônibus em retaliação à operação policial.
Qualquer especialista que entenda o básico de Segurança Pública entende que operações ostensivas deve ser somente o toque final de um grande planejamento. Realizar operações policiais que possam resultar em retaliações, prejudicando ainda mais a população local, é de um amadorismo sem precedentes.
Violência não se combate com violência, mas com inteligência. Temos uma polícia civil competente, que desarticula quadrilhas e prende criminosos a todo instante, delegados recém-empossados desejando mostrar serviço e suas habilidades.
A falta de policiamento é outro problema que dá dor de cabeça para o Governo do Estado e que, mesmo com a convocação dos aprovados no concurso da PM/AL, ainda é um ponto relevante de debate na política local: vereadores da capital cobraram a presença do Governo do Estado no Benedito Bentes, principal bairro afetado. O Deputado Estadual Cabo Bebeto (PL) denunciou a falta de viaturas na Polícia Militar, deixando a população alagoana insegura e desamparada. Siderlane Mendonça (PL) pediu uma espécie de “intervenção” de 30 dias no bairro do Benedito Bentes.
A Secretaria de Segurança Pública, infelizmente, está sendo refém dos criminosos. Paulo Dantas não conseguiu manter o legado de Renan Filho na SSP, podendo vir a ser um sério problema eleitoral para o grupo palaciano. Fontes do próprio Governo dizem que Paulo não está “nem aí” para a capital, e que pretende focar no interior do Estado, que é onde os votos rendem para os palacianos.
Enquanto isso, Maceió e o bairro do Benedito Bentes são jogados às traças, esperando (e muito) por uma reação mais enérgica do poder público — esta que não culmine com a morte de policiais e inocentes, ou com ônibus queimados, mas somente com a prisão e a devida punição aos criminosos, sendo resultado de um trabalho inteligente das forças policiais civis e militares
Por Caio Hanry Abreu – Acadêmico de Direito (Colaborador)
Este texto reflete a opinião do autor.
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