Foram concluídas as investigações da Operação Edema, que tem como alvo o governador Paulo Dantas (MDB-AL).
O delegado Bruno Raphael Barros Maciel afirmou que Dantas cometeu os crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro a respeito de um suposto esquema de nomeação de funcionários fantasmas na ALE, enquanto deputado estadual; as cifras chegam a ultrapassar os R$50 milhões, estas advindas de 93 nomeações com salários que ultrapassam R$15 mil.
O delegado pediu o indiciamento de Dantas e outros 24 investigados, dentre eles, a primeira-dama e prefeita de Batalha Marina Dantas e a irmã do governador, Paulline Dantas. Relembre: Dantas já havia sido afastado em 2022 por decisão monocrática da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A advogada Valeska Zanin Martins, esposa do ex-advogado e agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, coordena a banca de advogados que fazem a defesa de Paulo Dantas. A defesa do advogado reitera que o documento da PF não tem ligação com a atuação de Paulo Dantas como governador, e sim como deputado estadual.
A situação se complica cada vez mais para o governador, que além de viver um momento de instabilidade política com setores que o apoiaram — vide centrais sindicais e a greve promovida pelo SINTEAL na Educação — agora há de conviver com uma acusação forte e contundente de peculato. Mas o que teria feito o governador?
O mesmo crime que acusaram o ex-presidente Jair Bolsonaro: as rachadinhas. Rachadinha é um eufemismo para o crime de peculato, um apelido carinhoso; mas é uma prática que pode resultar em anos de cadeia para o governador.
Para piorar a situação dos palacianos, há um inquérito sigiloso, também da Polícia Federal, que tem o presidente da ALE na mira. Marcelo Victor está na mira da PF por ter sido flagrado em posse de sacos de lixo abarrotados de dinheiro e uma caixa amarela contendo um documento de 25 páginas, com nomes e uma quantia considerável ao lado de cada nome; um forte indício de uma suposta compra de votos. Mas, antes de qualquer afirmação, todos são inocentes até que haja uma sentença transitada em julgado (art. 5° – LVII).
É importante ressaltar que, em votação histórica na Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor foi eleito presidente por unanimidade na casa: 27 dos 27 votos.
O povo alagoano está de olhos abertos, e não preciso lembrar: os rumos destes processos respingarão diretamente nas eleições municipais de 2024, onde mais de 70 prefeituras recebem apoio dos palacianos — e o prédio da Sá e Albuquerque, tão sonhado por Renan Calheiros e sua turma, ficaria cada vez mais distante em caso de condenação.
Por Caio Hanry Abreu – Acadêmico de Direito (Colaborador)
Este texto reflete a opinião do autor.
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